10 de abril de 2024
 

Há algumas teorias sobre a origem do nome "Porto de Galinhas", uma das praias mais famosas do litoral pernambucano. A versão mais conhecida e difundida é a que se refere ao tráfico de escravos africanos, que era proibido pela Coroa Portuguesa, mas que ocorria clandestinamente.

De acordo com essa teoria, os traficantes utilizavam-se de um artifício para camuflar a presença de escravos a bordo de seus navios: eles escondiam os africanos sob as gaiolas de galinhas que eram trazidas do continente africano para serem vendidas como alimento para a população local. Dessa forma, o desembarque dos escravos no porto passava despercebido pelas autoridades. A partir daí, o local ficou conhecido como "Porto das Galinhas" ou "Porto de Galinhas". Outra teoria diz que o nome pode ter origem, em algum momento, na denominação Porto Rico devido provavelmente à economia açucareira dos séculos XVII.

A verdadeira história remonta o mapa de Frans Post, produzido em 1634, é um importante documento histórico que retrata a paisagem e a vida social e econômica de uma das regiões mais ricas do Brasil colonial, a Capitania de Pernambuco. A obra foi encomendada pela Companhia das Índias Ocidentais, que na época controlava o comércio de açúcar na região.

Uma das curiosidades do mapa de Frans Post é que ele já registra o nome de algumas localidades que ainda hoje são conhecidas na região. É o caso de Porto de Galinhas e Maracaipe, duas das praias mais famosas do litoral pernambucano.

O nome "Porto de Galinhas" aparece no mapa como "Porto dos Cavalos". No entanto, há uma anotação à mão que indica que o local também era conhecido como "Porto de Galinhas". Essa anotação pode ser interpretada como uma indicação de que o nome já era popularmente conhecido na região.

Já o nome "Maracaipe" aparece no mapa com a grafia "Maracaype", que era comum na época. O mapa também mostra a presença de uma vila próxima ao rio Maracaipe, que pode ser interpretada como a atual vila de Maracaipe.

Além dos nomes de localidades, o mapa de Frans Post também registra a presença de engenhos de açúcar, igrejas, fortificações e aldeias indígenas na região. A obra é considerada uma importante fonte de informação sobre a história e a geografia da Capitania de Pernambuco no século XVII.

É importante destacar que o mapa de Frans Post também reflete a época em que foi produzido, marcada pelo apogeu da escravatura no Brasil. A produção de açúcar era a principal atividade econômica da região e dependia do trabalho escravo para ser viabilizada.

O mapa de Frans Post é, portanto, um documento histórico que revela não apenas a geografia e a vida social e econômica de uma região, mas também as relações de poder e exploração que marcaram o Brasil colonial. A presença do nome de localidades como Porto de Galinhas e Maracaipe é apenas um aspecto entre muitos outros que podem ser observados na obra.

Cesar Daniel

Diretor comercial

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